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Carvão: suja, mas limpa

Quando o farmacêutico francês Gabriel Bertrand descobriu as incríveis propriedades adsorventes do carvão ativado, não teve dúvidas sobre como a humanidade poderia se beneficiar deste elemento tão mal visto. Afinal, quando pensamos em carvão, mesmo nos dias de hoje, só nos lembramos do quanto ele é útil naqueles churrascos de domingo com a família e os amigos ou do quanto nossos filhos pequenos sujam as paredes da casa quando acham um pedaço dele pelo chão. Preto e poeirento, ele não parece servir para mais nada além dessas coisas. Talvez para tirar o cheiro da geladeira quando um pedaço de queijo é esquecido ali por muito tempo.

Mas o fato é que Gabriel Bertrand enxergou propriedades além destas nesta frágil substância e percebeu que seus usos alcançariam facilmente o mundo da medicina e dos fármacos. Obviamente a comunidade científica não deu muita bola – afinal como uma coisa dessas pode ajudar na saúde de alguém? Bertrand não se fez de rogado e convocou uma demonstração pública para provar o que havia descoberto. Quando todos estavam lá, ele tornou a explicar suas teorias sobre este elemento filtrante e, diante da incredulidade de todos, fez a experiência mais apavorante que aquelas pessoas já haviam visto até então.

“Se envenenou-se a si mesmo”

A eficiência do carvão ativado se faz presente muito mais comum do que parece.Brincadeiras à parte, foi exatamente isso que Bertrand fez: tomou uma enorme quantidade de trióxido de arsênio. Mas antes, misturou a ele uma certa dose de carvão ativado, afirmando aos presentes que exatamente aquilo salvaria sua vida e impediria que o veneno fizesse efeito.

Se os médicos já tinham ficado atônitos ao ver Bertrand insistindo na ideia do carvão, imaginem a cara deles quando viram que ele havia bebido uma golada de trióxido de arsênio!! A quantidade total foi pouca, coisa de 5 gramas, mas este é um veneno tão potente que aquela quantidade seria suficiente para matar cento e cinquenta pessoas. E ele tomou tudo sozinho, sem pestanejar.

Ah… se Bertrand morreu? Que nada! Continuou vivinho da silva. Vivo, conversando, raciocinando, explicando como se nada tivesse acontecido – e talvez isso tenha bestificado os presentes mais do que quando ele engoliu o carvão com veneno. “Como é que um homem continua vivo depois de um ato desses??”. Aqueles médicos não conseguiam nem pensar direito. Ali estava um homem, um cientista reafirmando suas teorias após engolir um frasco inteiro de trióxido de arsênio sem morrer; no máximo, uma pequena azia por causa da mistura.

O que aconteceu?

O que Bertrand provou a eles foram as propriedades adsorventes do carvão ativado. Mas o que é isso? Vamos do começo.

O carvão comum é um mineral hiper-poroso por natureza. Se cortarmos uma lâmina bem fininha e a analisarmos ao microscópio, veremos que sua superfície é toda furadinha; são poros milimétricos, menores, até, invisíveis a olho nu. Estes poros têm a capacidade de adsorver certas substâncias e gases, removendo-os do ambiente em que se encontram. “Como assim?”. “Adsorver” significa que o carvão reteve essas substâncias em sua superfície, mas não as incorporou à sua estrutura – ou seja, aquela substância não passou a fazer parte da composição do carvão, só ficou presa em seus poros. Dizemos que o carvão é ativado quando um carvão comum passa por um tratamento térmico ou químico específico que aumenta a quantidade de poros em sua superfície (inclusive criando micro poros dentro de poros maiores) e faz com que aquele mesmo pedaço adsorva uma quantidade muito maior de substâncias.

Quando Bertrand imaginou sua maluca experiência, ele sabia que o cianureto lhe daria poucos segundos de vida para agir, por isso achou melhor ingerir o carvão antes, para “minimizar” os riscos (que, vamos combinar, já eram suficientemente elevados). Ele já tinha calculado a quantidade necessária para anular a quantidade de trióxido de arsênio que ingeriria, então dosou as quantidades cuidadosamente. Obviamente ele não faria essa experiência de novo, então tratou de eleger uma quantidade elevada de veneno para dar uma dramaticidade maior à experiência (como se precisasse). Para fins de comprovação, os médicos ali presentes puderam avaliar uma amostra do frasco de veneno para comprovar que ali dentro tinha, de fato, trióxido de arsênio em alta dose.

O carvão ativado e sua mágica com as substâncias e matérias.O carvão não é digerido pelo suco gástrico, então ele sabia que ele permaneceria como estava no estômago (já havia testado isso também) sem se desfazer em outros elementos. Assim, quando ele ingeriu o veneno, este foi rapidamente adsorvido pelo carvão, evitando que o organismo o absorvesse e a morte por envenenamento viesse.

A partir de então, este elemento passou a ser amplamente estudado. Novas formas de criar o carvão ativado foram criadas e ele se tornou ainda mais eficiente; novas aplicações surgiram, tanto na área médica quando na área de saúde pública – a partir do momento que filtros deste elemento filtrante passaram a ser usados no tratamento de água.

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