Filtros em alta

A falta de água vem assustando muita gente nos últimos meses. A possibilidade de ficar sem água para as necessidades mais básicas como beber, tomar banho e usar o banheiro deixam qualquer pessoa preocupada – principalmente quem já passou por isso. Mesmo em situações em que ficamos poucas horas sem esse recurso, como problemas com encanamento de casa ou da rua, a indisponibilidade da água à qual já estamos tão acostumados a ter em abundância nos tira do sério. Como dizem por aí: dá pra ficar sem energia elétrica, mas sem água… não tem condição.

As cidades vêm tentando contornar a situação escavando mais poços, aumentando a capacidade dos reservatórios e investindo pesado em campanhas de conscientização, além dos temidos rodízios no fornecimento de água nos bairros. Mas mesmo com tantas frentes de batalha, a água continua escassa em muitos locais (São Paulo é o exemplo mais forte já que, mesmo com o grande volume de chuvas que caiu na cidade no início de 2015, nem mesmo o volume morto foi recuperado). Como a água está cada vez mais rasa e próxima do leito dos reservatórios, maior se torna a possibilidade de contaminação por bactérias que vivem nesses leitos lodosos – inclusive porque a velocidade da movimentação da água também cai com o volume reduzido, o que favorece ainda mais o crescimento de colônias de bactérias. Aí vêm a necessidade ainda maior de instalar filtros em casa, e daqueles completos – com elemento filtrante e carvão ativado. Se o elemento filtrante for de cartucho de polipropileno, então, melhor ainda.

Água perigosa

Talvez pareça até exagero mas, na verdade, não é. Bactérias e fungos precisam de umidade para sobreviver e se multiplicar, e isso faz da água um habitat óbvio, sobretudo se ela não estiver muito limpa. Mesmo recebendo tratamentos nas estações com cloro e outras substâncias, algumas bactérias podem passar ilesas por elas caso o nível de contaminação da água no reservatório esteja elevado. Claro que as estações avaliam essa qualidade constantemente e ajustam as dosagens sempre que necessário, mas mesmo assim é possível uma “visita” indesejável em nossas torneiras, mesmo que seja pouco provável. Por isso é que ter um bom filtro em casa é fundamental para garantir a saúde da família – e é mais prático do que ferver toda a água (sem contar que não gasta gás).

A estiagem trouxe também os rodízios de fornecimento de água em muitas cidades. Em geral, costuma-se cortar o fornecimento de um grupo de bairros por um dia inteiro, normalizando o abastecimento nos dias seguintes. Em alguns locais onde a água está muito perto de acabar, esse rodízio é feito duas vezes ao longo da semana. Esse tempo todo sem fluxo de água possibilita o aparecimento de colônias de fungos e bactérias nos canos, tanto da rua quanto os da própria casa. Aí, com o retorno da água, a pressão desloca essas colônias adivinhe pra onde? Exato. Pra nossa torneira. Se tomarmos essa água diretamente, podemos adoecer seriamente, apresentando quadros severos de diarréia, vômitos e uma tremenda indisposição. Crianças são especialmente suscetíveis, por isso o cuidado com a água que elas bebem deve ser redobrado.

Filtro de qualidade é outra coisa

A água nessas condições, quando passadas por um filtro com cartucho de polipropileno, passa a ter qualidade suficiente para ser ingerida com segurança; por esse motivo é que é tão importante ter um filtro de boa qualidade em casa – e essa qualidade nem sempre é conseguida com os menores preços. Esse tipo de elemento filtrante tem poros de filtragem muito menores do que aqueles encontrados nos filtros de cerâmica convencionais – que também são muito bons, mas permitem passar elementos que o cartucho de polipropileno consegue deter facilmente. Já o carvão ativado remove gases, excesso de cloro e outros elementos químicos da água, deixando-a totalmente sem gosto e sem cor, como deve ser.

Os consumidores mais atentos certamente já perceberam que o preço dos filtros subiu de alguns meses pra cá. Isso se deve ao aumento da procura por eles, já que já houveram casos de adoecimento provocado por má qualidade da água em algumas cidades afetadas pela estiagem. A cada novo caso noticiado, acontece uma correria por filtros nas lojas – e conforme o grau de desconfiança sobre a pureza da água que chega às casas, os filtros comprados são mais especializados e caros. Tudo para garantir que ninguém em casa vai adoecer por causa de água ruim.

Importante salientar que os animais domésticos também devem ser servidos de água filtrada, pois também estão sujeitos a contrair doenças ligadas à má qualidade da água (ainda que em geral eles sejam mais resistentes que os seres humanos).

Todo cuidado é pouco nessa época. Fique sempre atento aos boletins mensais de avaliação de qualidade da água que a empresa de tratamento da sua cidade envia junto com as contas.