Esse filtro ou aquele?

Muito se tem falado sobre a crise no abastecimento de água, a qualidade com a qual ela tem chegado às nossas casas, etc., e esse tipo de assunto acaba trazendo outro a reboque. Tipos de filtro. Existem os defensores dos filtros de barro, tradicionais e famosos por manterem a água sempre fresquinha. E há quem prefira os sofisticados filtros de pressão, ou purificadores, que usam filtros de polipropileno em seu interior.

Independente do tipo de filtro que nos convencem a comprar (e pode acreditar, algumas discussões sobre o assunto são tão acaloradas quanto as discussões sobre política ou futebol!), o importante é termos um à disposição. Se mesmo em épocas de fartura de água esse cuidado era importante, agora então, com água vindo do leito raso dos rios secos, esse cuidado se tornou mais importante ainda.

Mas qual a diferença, afinal?

“Tem diferença?” Na verdade, tem sim, a começar pelo material de que são feitos.

Os filtros de barro trabalham com um filtro interno feito de cerâmica, que chamamos comumente de “vela” – e algumas vezes essa “vela” é impregnada por carvão ativado. Funciona assim: a “vela” cerâmica é toda porosa, microperfurada, de maneira que a água passa através dela e sai do outro lado limpinha, já que as partículas sólidas ficam retidas nesses microfuros. Pra melhorar o exemplo: imagine um vasinho de planta feito de barro. Quando você joga umas gotas de água nesse vasinho, ele as absorve, não é? Se você colocar muita água, logo logo ela ultrapassa a capacidade de absorção do vasinho e ela começa a “minar” do outro lado. É mais ou menos como acontece com essas “velas” – só que o vasinho não filtra micropartículas, ok? Foi só um exemplo.

“E o carvão ativado? Pra quê isso?” A “vela” cerâmica retém as partículas sólidas, mas não os gases, nem o excesso de cloro usado nas estações de tratamento, nem algum possível gosto que venha na água. Isso é trabalho do carvão ativado, que é colocado na cerâmica para deixar a água limpa, sem cheiro e sem gosto nenhum.

Já os purificadores trabalham um pouco diferente. No filtro de barro, quem faz a água passar pelas “velas” cerâmicas é a gravidade; nos purificadores, quem faz isso é a pressão da água. “Como assim”? Entrando mais água do que cabe no purificador, uai! Isso força a água a passar pelo micro-micro-microfuros do filtro de polipropileno que fica no interior do purificador e sair pela torneira em quantidade adequada (se não fosse por essa pressão, só sairiam gotas).

O polipropileno é uma espécie de plástico e, assim como as velas cerâmicas, também é poroso – só que seus furos são ainda menores que os do outro filtro. Além disso, o polipropileno pode ser impregnado com carvão ativado misturado com prata coloidal. “Hã??” Sim! Essa junção torna esse filtro muito eficiente na remoção das impurezas, dos gases, odores, gostos, metais que possam estar diluídos na água e ainda fazem o controle biológico de microorganismos que possam estar nela, também. É um senhor filtro!

Mas também tem diferença no preço

Obviamente, esses filtros têm preços bem diferentes, já que a tecnologia usada em um e no outro são diferentes também. Um filtro de barro pode ir de 80 a 160 reais (mas pode variar ainda mais, é só questão de procurar); já os purificadores podem ir de 80 a mais de 500 reais, dependendo das funções que ele tem (mineralizador, água gelada, etc.).

A maior vantagem do filtro de barro é não precisar de energia para funcionar e ter manutenção mais simples, ao contrário do purificador. Já a desvantagem é não dar conta do grau de pureza que um purificador consegue alcançar. Entretanto, não é um filtro ruim. Analise a sua situação e escolha o que melhor atender às suas necessidades. O importante é cuidar da qualidade de água que você bebe!